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Como funcionam os fusos horários?

Em São Paulo, aqui no Brasil, os relógios marcam 9 horas. Enquanto isso, na cidade de Barcelona, na Espanha, são 14 horas. E em Tóquio, no Japão, são 21 horas do mesmo dia. Como é possível? Essa variação ocorre por conta do fuso horário, um sistema que divide a Terra em zonas com horários diferentes devido à rotação do planeta! E como esse sistema funciona? Nós te explicamos!

O dia e a noite

Para entender o sistema de fusos horários, primeiro é necessário relembrar como a Terra se movimenta. O planeta realiza um movimento constante de rotação em torno do seu próprio eixo e também um movimento de translação ao redor do Sol. Devido à forma esférica do globo terrestre, quando esse movimento é realizado, parte do planeta é iluminada pelos raios solares e vai, gradualmente, movimentando-se até perder essa luz. Assim, o dia amanhece e fica mais claro, escurece e a noite chega – justamente o momento marcado pela ausência dos raios solares. Ao todo, esse movimento leva cerca de 24 horas e, por isso, para nós essa é considerada a duração de um dia.

Os relógios antes dos fusos horários

Há muito tempo as civilizações antigas perceberam a movimentação do sol e utilizaram a sua posição para determinar os horários do dia. Os egípcios, por exemplo, já sabiam que o sol a pino, no alto do céu, sinalizava que metade de um dia já teria passado. Até o século XIX, os horários eram definidos com base nessa ideia: a posição do sol determinaria as horas dos relógios. Em Portugal, a passagem dos raios solares pelo Observatório Nacional de Lisboa ditava os horários; já na França, os relógios marcavam as horas com base na passagem do sol pelo Observatório de Paris.

Dessa maneira, era muito comum que as nações tivessem horários distintos e, em algumas situações, até mesmo cidades próximas dentro de um mesmo país marcavam horas diferentes. Aos poucos, essa questão tornou-se um problema e começou a gerar contratempos, sobretudo quando as estradas de ferro começaram a facilitar as viagens entre diferentes pontos dos países e continentes.

A definição das horas ao redor do mundo

Para solucionar esse impasse, representantes de 25 países reuniram-se para uma conferência em Washington, no ano de 1884. Na ocasião, discutiu-se a necessidade de encontrar uma maneira de padronizar os horários ao redor do mundo. Portanto, foi decidido que o Meridiano de Greenwich seria a referência para o cálculo das longitudes e definiria os horários em todos os países.

Você sabia?

O Meridiano de Greenwich também é conhecido como Meridiano Principal. Sua longitude é 0°, e ele tem esse nome porque passa por Greenwich, bairro londrino que abriga o Observatório Real. No lado oposto do globo terrestre, a 180° de diferença, está a Linha Internacional de Mudança de Data. Ela foi criada com o objetivo de marcar a troca de datas no mundo. Interessante, né?

Como calcular o fuso horário

Para entender o cálculo envolvido na definição dos fusos horários ao redor do mundo, é necessário lembrar o tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno do próprio eixo. Ao todo, o movimento de rotação leva cerca de 24 horas, ou exatas 23 horas, 56 minutos e 4 segundos.

A partir desse dado, calculou-se a divisão da elipsoide da Terra, com 360°, pelas 24 horas que totalizam um dia. Concluiu-se então que cada 15° do globo terrestre correspondem a 1 hora (ou 60 minutos). A partir daí, o mundo foi dividido em 24 zonas marcadas pelos meridianos – linhas imaginárias traçadas entre os polos -, e cada espaço entre dois meridianos passou a determinar um fuso horário. Portanto, os territórios dentro dessa faixa terão os seus relógios marcando as mesmas horas.

Os horários são definidos com base nos fusos horários contados a partir de Greenwich. Confira um mapa com os horários aproximados para cada região do mundo! 

Desde essa data, estabeleceu-se também que o Meridiano de Greenwich seria considerado referência para o cálculo das horas, e que no sentido leste a partir dele, adiantaria-se uma hora a cada fuso. Já no sentido oeste, uma hora seria atrasada a cada fuso horário. Logo, nas regiões que são parte do hemisfério oriental, as horas variam entre 0 e +12 horas em relação a Greenwich; enquanto isso, no hemisfério ocidental, as horas variam entre 0 e -12 horas.

Nesse ponto, é importante ressaltar que o horário oficial de uma nação pode variar até mesmo dentro de seu próprio território e em uma mesma zona – como acontece com o Brasil. Vamos entender o porquê?

Fusos horários no Brasil

Devido à sua vasta extensão territorial de leste a oeste, o Brasil chegou a possuir quatro fusos horários diferentes. Por isso, ao longo dos anos, os relógios dos brasileiros poderiam marcar até quatro horários diferentes dentro do território nacional. No entanto, em 2008, o Presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 11.662, de 24 de abril, na qual foi definida a redução de fusos horários na região Norte do país.

A mudança aconteceu em 24 de junho daquele ano, e o extremo oeste do país – no qual estão os estados do Acre e do Amazonas – deixou de ter duas horas a menos em relação ao horário de Brasília, e teve os seus relógios adiantados em uma hora, estabelecendo o fuso horário de 60° e tornando-se igual ao restante da porção oeste do país.

Agora o Brasil possui três fusos horários distintos em seu território. O primeiro corresponde à ilha de Fernando de Noronha, onde o horário é de -2 horas em relação ao Meridiano de Greenwich. Os estados da região Sul, Sudeste e Nordeste, além de Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Amapá e Pará têm -3 horas em relação ao meridiano e, por fim, os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Acre e Roraima têm seu horário definido em -4 horas em relação ao mesmo.

Compreender a maneira como os fusos horários funcionam é muito importante. Afinal, existem diferenças até entre as horas marcadas pelos relógios brasileiros, não é mesmo? Com essa informação, você terá a certeza de que não perderá nenhum compromisso por aqui – ou em outras nações do mundo!

 

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