O que foi a Crise de 1929?
A crise econômica originada nos Estados Unidos em outubro de 1929 teve consequências devastadoras em países do mundo todo. Neste post, vamos te ajudar a entender os motivos que deram origem a esse colapso financeiro e quais medidas foram adotadas na reconstrução norte-americana. Acompanhe!
Contexto histórico
Após o término da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os países europeus estavam arrasados e, por isso, não conseguiam produzir alimentos e mantimentos para toda a população. A saída escolhida para aliviar essa crise foi uma parceria com os Estados Unidos, que passaram a exportar diversos tipos de produtos para o Velho Mundo. Com isso, a economia americana cresceu e os bancos passaram a emprestar dinheiro com juros mais baixos para a população norte-americana.
Nessa época, ficou popular a expressão American Way of Life, traduzida como o Estilo de Vida Americano, baseado no consumismo, nos valores liberais, no patriotismo e na ideia de vida feliz, próspera e vitoriosa.
Porém, o cenário da economia norte-americana começou a mudar quando a Europa passou a se recuperar dos estragos causados pela Primeira Grande Guerra e a diminuir o consumo de produtos importados dos Estados Unidos.
A Quebra da Bolsa de Nova York
Inicialmente, o mercado interno dos Estados Unidos continuou aquecido mesmo após a diminuição da dependência dos países europeus dos produtos norte-americanos. As fábricas continuaram produzindo um número elevado de mercadorias, os bancos seguiram emprestando dinheiro para sua população com juros baixos e os investimentos na bolsa de valores continuavam altos.
Contudo, quando as fábricas começaram a sentir os impactos da diminuição da exportação, foi necessário diminuir a produção e, por sua vez, isso acarretou na demissão de funcionários. Com o índice de desemprego cada vez maior, as pessoas não tinham dinheiro para pagar os empréstimos bancários. Nesse processo, muitas empresas fecharam as portas e bancos declararam falência.
No dia 24 de outubro de 1929, foi a vez da bolsa de valores sentir os impactos da crise econômica do país. No episódio, que ficou conhecido como Quinta-Feira Negra, as ações da Bolsa de Valores de Nova York registraram uma queda estrondosa nos preços, devido à falta de compradores. O resultado disso foi a falência de inúmeros investidores e empresas.
Os bancos que ainda sobreviviam ao caos foram então surpreendidos por seus clientes, que pediram a retirada do dinheiro depositado em suas contas. Sem dinheiro em caixa, mais bancos foram à falência.
Roosevelt e o New Deal
Em 1932, os Estados Unidos elegeram Franklin Delano Roosevelt como novo presidente. Ele foi o responsável pelo início da recuperação econômica do país, por meio de uma série de medidas que visavam aquecer novamente o mercado. Esse pacote de ações ficou conhecido como New Deal, ou Novo Acordo.
Roosevelt propôs o investimento na infraestrutura do país, com a construção de estradas, rodovias, ferrovias, escolas, hospitais, aeroportos e casas populares, gerando diversos empregos na área da construção civil. Além disso, ele deu mais liberdade de empréstimo aos pequenos produtores rurais, criou a previdência social e o salário mínimo, e controlou a emissão do dólar, fazendo a moeda ficar mais forte no mercado.
A recuperação norte-americana
Durante anos, as medidas de Roosevelt foram aplicadas e ajudaram a colocar a economia do país de volta nos trilhos. Porém, até o início dos anos 40, a taxa de desemprego no país ainda era alta e atingia 15% da população. Esse número só abaixou quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu e o mercado voltou a precisar de mão de obra.
Ainda, as medidas adotadas pelo governo norte-americano para driblar a crise resultaram numa modernização do país, possibilitando que ele se firmasse como uma das principais potências mundiais.
Consequências no Brasil
A crise de 1929 afetou o principal produto da economia brasileira, o café. Na época, o Brasil era o maior exportador de café do mundo e, com a crise, muitos países, principalmente os Estados Unidos, pararam de comprar nosso produto, resultando em um enorme acúmulo de café no país.
Com isso, os preços caíram e o governo brasileiro precisou tomar atitudes drásticas para evitar que o país entrasse em uma crise econômica ainda maior: foi decidido comprar os sacos de café e queimá-los, por exemplo, para evitar a desvalorização do produto. Apesar dos grandes problemas econômicos vividos nessa época, a crise na exportação do café gerou um processo de industrialização no Brasil, que se viu obrigado a desenvolver outros setores, que a longo prazo ajudaram na modernização do país.