Erros de português que você não pode cometer
O português usado no dia a dia – em conversas escritas e faladas – costuma se distinguir do padrão formal da língua, principalmente porque as pessoas fazem adaptações e simplificam as falas quando estão em circunstâncias coloquiais. Com isso, uma série de imperfeições gramaticais podem passar despercebidas, ainda que sem grandes problemas. Porém, há contextos em que é preciso empregar a norma padrão da língua portuguesa, como acontece no Enem e nos principais vestibulares do país. Nesses casos, os erros de português não passam em branco e podem custar pontos importantes na média final do candidato.
Pensando nisso, nós separamos alguns dos principais equívocos cometidos por estudantes durante a prova de língua portuguesa! Entender a gramática e estar atento para cada um desses casos é fundamental para te ajudar a escrever uma boa redação e também a interpretar as questões de português. Confira!
1 – Colocação pronominal
Há três tipos de posições para os pronomes átonos (me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes). São elas:
Próclise
Neste caso, o pronome é colocado antes do verbo. É o uso mais comum dos pronomes átonos e ocorre quando usamos, por exemplo:
1) Palavras negativas:
Não se esqueça de suas promessas.
2) Pronomes relativos:
Foi o Matheus quem me contou.
3) Pronomes demonstrativos :
Essa me parece uma boa opção.
Um erro comum, porém, é utilizar a próclise no início de orações, como:
Me ligaram ontem à noite.
Lembre-se de que essa estrutura é incorreta, e nesses casos é preciso utilizar outro tipo de colocação pronominal, a ênclise:
Ênclise
Aqui, o pronome é colocado após o verbo. O seu principal uso ocorre no começo de frases. Por exemplo:
Pediram-me para terminar o trabalho.
Mas há também outros usos, como:
1) Imperativo afirmativo:
Por favor, concentrem-se todos!
2) Gerúndio:
Ele já chegou perguntando-me sobre a viagem.
Mesóclise
Por fim, neste último caso, o pronome é colocado no meio do verbo. Veja:
Fazer-lo-ei como me pediste.
Essa estrutura, contudo, já está em desuso na língua portuguesa. Portanto, é melhor se ater à ênclise e à mesóclise.
Acesse o nosso post e aprenda um pouco mais sobre os diferentes tipos de pronomes.
2 – Crase
A primeira regra que você deve ter mente é que a crase não é utilizada com palavras masculinas! Isso porque ela é a junção da preposição a com o artigo feminino a, como em:
Ela entregou a carta a a sua mãe. → Ela entregou a carta à sua mãe.
Ele se referiu a a sua bolsa. → Ele se referiu à sua bolsa.
A crase é usada junto de horas ou dos períodos da tarde e da noite. Veja:
Nós vamos às 18 horas.
Podemos ir à noite?
Também empregamos a crase em expressões como à parte ou à frente. Confira:
Ele sempre está um passo à frente.
Posso pagar o aluguel à parte?
Quer aprender mais? Confira outros usos da crase neste post:
3 – Formas e grafias
Há algumas “duplas” de palavras que confundem os estudantes. Para te ajudar, nós separamos algumas delas:
“Que” x “quê”
A palavra que é utilizada como pronome, conjunção, advérbio ou partícula expletiva. Veja:
Ele não disse que viria
Que coisa estranha!
Já o termo quê é utilizado no final de frases, imediatamente antes da pontuação final. Como em:
Ele pediu o quê?
Também pode ser empregado como um substantivo, significando “alguma coisa”. Veja:
Há um quê estranho em sua resposta.
“Há” x “a”
A palavra há é usada para se referir a um tempo já transcorrido, como:
A festa aconteceu há dez anos.
São frases em que há pode ser substituído por fazer. Compare:
A festa aconteceu faz dez anos.
Quando não se fala do passado e não é possível substituir o termo por fazer, utiliza-se a. Veja:
Estamos a caminho.
A casa está a uns 10km daqui.
Que tal saber mais? Veja outras duplas que podem te confundir:
Por que x por quê x porque x porquê
4 – Erros de redundância
Redundância é a repetição sem necessidade de ideias dentro da frase. Ela pode ser mais explícita, como:
Ele subiu para cima.
Vamos descer para baixo?
Eles entraram para dentro da casa.
Marina recebeu uma surpresa inesperada.
Há muitas frases em que a redundância é menos evidente, mas ainda assim precisa ser evitada. Veja:
Isso aconteceu há anos atrás. → Isso aconteceu há anos./Isso aconteceu anos atrás. (tanto há quanto atrás já indicam que foi no passado)
A festa será adiada para depois. → A festa será adiada. (adiar já é colocar a data para depois)
Ela se ateve aos pequenos detalhes. → Ela se ateve aos detalhes. (detalhes já são pequenos)